Esta foi a minha primeira vez na Gramado Summit. Também foi a primeira do presidente do Sistema FIERGS, Cláudio Bier. E que experiência potente.
O que salta aos olhos não é só a estrutura do evento. É o movimento. Gente que acredita, que testa, que compartilha.
A gente tende a achar que inovação é algo distante, quase inacessível, mas ela é muito mais simples do que parece. Inovar é resolver problemas reais com criatividade, usando o que se tem.
Às vezes, o mais transformador está no básico bem feito, na escuta verdadeira, na colaboração que acontece no dia a dia.
O Palco Indústria, do Sistema FIERGS, trouxe conversas francas, com quem vive os desafios da indústria na prática. Falamos de educação, sustentabilidade, digitalização, diversidade, deep techs, liderança feminina, formação de talentos. Foi um espaço de troca real.
Hoje, no painel que compartilhei com Cláudio Bier, Pedro Freitas Valerio, CEO do Instituto Caldeira e Felipe Amaral, diretor do Campus Caldeira, discutimos o Projeto Indústria do Amanhã. Um amanhã que depende do presente, de escolhas conscientes, de políticas conectadas à realidade, de pontes entre setores e de pessoas preparadas para lidar com a mudança.
O presidente Cláudio Bier foi direto ao ponto. Precisamos atrair os jovens. Para isso, é urgente abandonar a imagem da indústria suja, com chaminés e fumaça preta. “Essa indústria ficou no passado”, ele disse. “A indústria do agora e do amanhã é limpa, conectada, digital e cheia de oportunidades para quem quer crescer com propósito.”
Valério trouxe uma provocação super pertinente: “Inovação não pode ficar restrita a bolhas. Não pode acontecer nos mesmos lugares, com os mesmos discursos. Ela precisa sair dos centros e alcançar o chão de fábrica, as escolas técnicas, as cidades que movimentam a economia real”. A inovação que transforma é aquela que chega para quem precisa.
Também ouvi Daniel Leipnitz, da ACATE – Associação Catarinense de Tecnologia, reforçando que aproximar startups da indústria tradicional já não é mais uma tendência. É uma urgência estratégica. O futuro não vai separar o que é novo do que é antigo. Vai valorizar o que entrega valor.
É simbólico que tudo isso esteja acontecendo em Gramado. Estar fora da capital é uma decisão que comunica. A FIERGS, ao criar o Palco Indústria aqui, mostra uma nova postura. Mais próxima, mais conectada, mais alinhada ao movimento que já acontece em todo o Estado.
Reconstruir o Rio Grande do Sul é mais do que retomar obras ou reabrir fábricas. É criar espaços de escuta, gerar conexões, colocar gente diferente para conversar. E, principalmente, valorizar o simples. Porque é aí que a inovação começa.
Susana Katuta
Diretora-geral Sesi-RS, Senai-RS e IEL-RS
Empreendedora em série
Especialista em inovação
