Um dos primeiros passos para o uso eficiente da inteligência artificial (IA) no meio corporativo é identificar os setores que mais necessitam da ferramenta e direcionar o investimento para essas áreas. Essa foi uma das principais recomendações de Guto Ortac, especialista em inovação, tecnologia e startups, durante a 19ª edição da Confraria Empresarial Novo Hamburgo, realizada ontem (11) no Restaurante do Hotel Locanda.
Na apresentação intitulada “Do Hype à Prática – Os primeiros passos para transformar a IA no seu melhor colaborador e não no seu maior erro”, Ortac expôs estratégias práticas para empresas que desejam implementar ou aprimorar o uso da IA em seus processos. O evento contou com a moderação de Daiana de Leonço Monzon, secretária de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo de Novo Hamburgo, e teve a abertura feita por Rosane Melo, integrante do Comitê de Micro e Pequena Empresa da ACI, responsável pela iniciativa.
O especialista destacou que a adoção da IA requer investimento de tempo e atenção, ressaltando a importância de “treinar” a tecnologia para obter os melhores resultados. “Antes de tudo, é fundamental que a empresa tenha seus processos mapeados e definidos. Assim, é possível aprimorá-los e torná-los mais ágeis”, afirmou Ortac. Ele também apontou que agentes de IA são mais eficientes em determinadas operações quando comparados aos chatbots. Enquanto os chatbots geralmente seguem diálogos baseados em regras e se limitam a responder perguntas predefinidas, os agentes de IA podem raciocinar e basear as respostas em conhecimentos e conteúdos relevantes.
Daiana Monzon reforçou a ideia de que a IA não deve ser usada de forma indiscriminada. “É preciso identificar onde está a maior dificuldade do empresário e concentrar as ações nesse ponto”, disse. Giuliano Hoffmann, vice-presidente do Comitê de Inovação e Tecnologia da ACI, presente ao evento, acrescentou um toque de humor: “A IA permite realizar em algumas horas um trabalho que levaria dias. Mas, se for para economizar apenas alguns minutos, é melhor usar o cérebro mesmo, para que ele não atrofiar”.
Segundo Ortac, os setores empresariais devem passar pelo que ele chamou de funil dos 3 R’s: Repetitivo, Regras e Recursos. “Quanto maior a demanda, maior a relevância da tecnologia”, explicou. Outro ponto destacado foi o anagrama CONTEXTO, composto por Comando (+ eu), Objetivo, Nível de detalhamento (persona), Tom (estilo), Estrutura, eXemplos, Termos (e restrições) e Otimização — elementos que devem ser avaliados na implementação da IA.
Patrocínio: Sicredi Pioneira
Apoio: Roma BC Simplifica e Vargas & Konrad Sociedade de Advogados